Meirielle de Souza

 

MEIRE_Vestibular_2017

Meirielle de Souza

Estudante de Letras Português

“Eu escolhi a UFSC porque é a universidade federal referência no nosso estado, uma das melhores do Brasil e também porque tenho parentes aqui em Florianópolis. Já sou graduada em Letras-Alemão pela UFSC e na época da minha primeira graduação eu queria cursar Direito. Quando cheguei no terceirão, pensei “não vou passar”. Realmente não tinha condições de passar em Direito. Como eu estudava numa escola que tinha língua alemã, em Jaraguá do sul, resolvi fazer Letras-Alemão para voltar a trabalhar na escola em que eu estudava. Só que depois de conhecer a UFSC, o movimento estudantil e todas as possibilidades, eu continuei aqui. Morei um ano na Alemanha depois da graduação, quando voltei pedi retorno de graduada para Letras Português.

Quero dar aula aqui na UFSC. A minha relação com dar aula é muito boa, gosto dessa troca de saber. Como a gente aprende aqui na universidade: o professor não é o detentor do conhecimento. Ele aprende tanto com os alunos quanto os alunos com ele, ou ela, no caso. Isso é gostoso, especialmente na escola, os alunos de primeiro ano vem pra escola com esse desejo de saber, que é muito gratificante.

Como eu já fiz uma graduação tenho outra maturidade para o curso, não é que eu aprenda muito mais, mas eu já tenho um conhecimento anterior. Estou aqui para aprender, porque eu sei da necessidade disso aqui no trabalho. Acho que todo mundo tinha que passar por uma sala de aula antes de fazer o curso. Claro que é uma utopia, mas a experiência em sala de aula tinha que ser no início da graduação. Para a gente entender que o que se aprende na sala de aula vai ser aplicado, de uma maneira ou de outra.

Entender o que é padrão, que cada um é diferente, com certeza passou pela sala de aula. Essa quebra dos paradigmas de beleza. Pra gente primeiro entender que existe o padrão, para depois entender que não está dentro dele e que isso não é ruim. Com certeza precisei da universidade para entender que não é ruim estar fora do padrão, pelo contrário, é maravilhoso.

Dentro da UFSC, em espaços institucionalizados, como sala de aula, nunca sofri gordofobia. O que acontece nas festas, por exemplo, é a brincadeira dos meninos de ficar com uma menina gorda para fazer disso uma piada interna: “Quem beija a gorda? quem pega a gorda?”. Ou quando o cara se sente atraído pela menina gorda, mas não fica com ela porque tem vergonha de ser achincalhado pelos colegas.

Eu acho muito legal ver as meninas entrando na universidade bem mais seguras de si do que eu há 10 anos. Eu via as meninas gordas com muita vergonha de usar maquiagem, ou algumas roupas. Hoje as meninas estão entrando na universidade e dando a cara a tapa, é isso aí. Fico muito feliz em ver essa evolução, é muito bom.

Mudei muito a minha maneira de ver o mundo, de me relacionar com as pessoas, foram só mudanças positivas. Se eu já tinha uma habilidade de organizar coisas, na universidade eu descobri um talento pra isso. Organizar eventos acadêmicos, por exemplo, organizo no mínimo dois por ano. É muita coisa pra minha cabeça, mas eu adoro, é onde eu mais me realizo dentro da academia. Eu adoro essa troca de conhecimentos que a gente pode proporcionar para pessoas do Brasil inteiro e de fora do país. O que eu mais mudei na verdade foi me descobrir, potencializar as coisa boas que eu posso fazer.”