Jessyka Zanella Costa

JESSYKA_Vestibular_2017

Jessyka Zanella Costa

Estudante de Direito

“Eu sou daqui de Santa Catarina, minha mãe é do Rio Grande do Sul, e ela sempre fomentou a ideia em mim de cursar Direito. Eu já fui crescendo querendo estudar isso. Comecei em uma universidade particular, não tive condições financeiras. Então eu decidi passar na UFSC.

Eu não tinha ideia do que era o feminismo, eu nunca tinha ouvido falar, mas sempre tive concepções diferentes dos estereótipos que a gente tem. Eu não entendia porque me faltava a base teórica. Quando entrei na faculdade, eu fui fazer novas amizades, e fui conhecendo esse mundo novo. Com o tempo, com mais afinidade, fui lendo mais e me aprofundando no tema. Eu leio bastante, me interesso, e assim me assumi feminista.

O feminismo tem várias linhas de abordagens. A com que eu mais me identifico é a do feminismo radical, aquele de raiz, de mulher para mulher. A minha linha de militância talvez não seja tão expressiva de movimentos sociais, mas é aquela do dia a dia, de quebrar estereótipos, o machismo, comentários machistas. É ter sempre uma postura de combate, de não aceitar as coisas que a gente vive enquanto mulher.

A UFSC é um universo muito grande, aqui há muitas pessoas de várias opiniões. Eu nunca passei por nenhuma situação específica em que eu tenha sofrido aqui, mas a gente sofre comentários, assédios, cantadas, o tempo todo, todos os dias. A Universidade não fica fora disso porque é um espaço de convivência entre pessoas. No decorrer do curso, o que mais me incomoda é o machismo por parte dos professores dentro de sala de aula, nos centros acadêmicos, no colegiado. Espaços em que a gente teoricamente se sente segura, mas na verdade não está. Porque antes de serem professores, eles são homens. Precisamos estar atentas quanto a isso.

Tenho que acreditar que pode haver uma mudança na realidade da mulher. Precisamos de um norte, um rumo para o qual caminhar. Claro que a mudança que o feminismo propõe talvez seja muito difícil de conseguir, mas a gente tem que lutar. Meu conselho para uma mulher que esteja pensando em um curso superior é o de, primeiro, se conscientizar da sua importância como mulher na sociedade, ocupar seu espaço, fazer suas falas. Sempre buscar estudar, trabalhar, ter sua independência financeira e não depender de ninguém. Busque uma qualidade de ensino. Estar aqui é dar um passo para estar no mercado de trabalho, ser uma pessoa melhor. Entre na Universidade e viva isso intensamente.

A UFSC me proporciona vivências muito maiores do que eu teria num espaço privado. Esses contatos com várias pessoas, perceber o que o outro sente, o que o outro passa, que pode ser completamente diferente da minha realidade, gera um conhecimento muito maior que o acadêmico. A Universidade me proporciona conviver com outras pessoas, enxergar essas vivências, compartilhar esses momentos. Isso é muito importante, me permite crescer como pessoa.”